Cientistas da Universidade de Kobe, no Japão, trabalham em uma tecnologia de armazenamento de dados que pode atingir períodos extremamente longos, superando a casa das centenas e milhares de anos de vida útil.
A pesquisa visa criar um tipo de mídia que permite o armazenamento de informações de longo prazo em contraste com os métodos atuais: discos rígidos têm vida útil entre cinco a sete anos, em média; SSDs são confiáveis por períodos semelhantes e mídias óticas, embora possam ter vida útil mais prolongada, acabam tendo quantidade de espaço limitada.
Para driblar todas essas inconveniências, a pesquisa japonesa trabalha com o que foi batizado de “nanodots” (ou nanopontos, em tradução livre do inglês) de metal. Esses pontos minúsculos são então dispostos num substrato de silício em padrões que determinam bits de informação. Depois, uma camada de material protetor é usada para selar os nanopontos.
Basicamente, a informação fica “impressa” em forma binária no silício e pode ser então lida por sensores capazes de identificar a informação. Testes de laboratório, usando câmaras térmicas e de pressão, permitiram aos pesquisadores estimar uma vida útil desses chips superior a mil anos. O ponto interessante da tecnologia japonesa é o uso do silício e processos de manufatura que fazem parte da microeletrônica há décadas, abrindo espaço para adaptação comercial da pesquisa de forma mais ágil. Em laboratório, as mídias formadas com nanopontos de metal foram dispostas em um processo de 180 nanômetros, que resultou numa densidade 10 gigabits por polegada quadrada de silício.
Usando 14 nanômetros, escala padrão da indústria de processadores no momento, a densidade subiria para 1 terabit de informações a cada polegada quadrada de chip de silício coberto de nanopontos. No momento, os grandes gargalos da pesquisa estão nos processos de leitura, apenas 40 KB por segundo, e na criação de métodos de fabricação que permitam chips mais densos.
Mas qual é a utilidade de se reter informações por escalas tão grandes de tempo? Além de aplicações comerciais importantes, essa tecnologia poderia permitir que bibliotecas inteiras, obras de arte e uma série de conteúdo produzidos por milênios de civilização fossem preservados de forma segura por milênios, criando uma capsula do tempo capaz de preservar a história da humanidade.
Fonte PC Mag por Filipe-Garrett